
A CHAPA DE MATEUS SIMÕES
Como a coluna vem apontando há algum tempo, o vice-governador Mateus Simões deixará o Novo para se filiar ao PSD. A mudança busca um partido mais robusto, com maior tempo de rádio e TV, mais recursos de fundo eleitoral e partidário, além de maior número de deputados e senadores, ampliando sua capacidade de diálogo com outras legendas. O objetivo é ampliar as possibilidades de vitória de sua candidatura ao Governo de Minas em 2026. Simões tenta atrair para sua campanha as principais forças da direita e centro-direita mineira, em especial o Republicanos, do senador Cleitinho, e o PL, de Nikolas Ferreira. A composição é possível, mas está longe de ser simples.
A CHAPA DE MATEUS SIMÕES II
Com Simões na cabeça de chapa, restam três vagas para negociação: a de vice-governador e as duas candidaturas ao Senado. O Novo, ex-partido de Simões e legenda do governador Romeu Zema, seu principal cabo eleitoral, quer indicar o vice, embora atualmente não disponha de nomes politicamente viáveis. Uma vaga ao Senado já está comprometida com Marcelo Aro, secretário de Estado de Governo, que deve concorrer pela Federação PP-União Brasil. Cleitinho, por sua vez, não demonstra interesse em outra posição que não seja a disputa pelo governo. Como tem mandato de senador até 2030, não faria sentido aceitar ser vice. O Republicanos, seu partido, quer lançar o deputado federal Euclydes Pettersen ao Senado.
A CHAPA DE MATEUS SIMÕES III
O PL de Jair Bolsonaro também pretende lançar ao menos um candidato a senador em Minas em 2026. O nome mais cotado hoje é o do presidente estadual da sigla, deputado federal Domingos Sávio. Entretanto, em uma composição que tivesse Cleitinho como candidato ao governo, o PL poderia ocupar a vaga de vice e ainda lançar um ou dois candidatos ao Senado. Outra possibilidade ventilada pelo PL é uma chapa “puro-sangue”. Nesse cenário, porém, Nikolas Ferreira não seria candidato ao governo. A tendência é que dispute a reeleição para a Câmara dos Deputados, onde tem força eleitoral suficiente para puxar uma bancada expressiva, garantindo peso político ao partido no estado.
A CHAPA DE MATEUS SIMÕES IV
Uma engenharia política capaz de acomodar todas as forças seria: Mateus Simões como governador, Euclydes Pettersen como vice pelo Republicanos, Marcelo Aro em uma das vagas ao Senado e o PL ocupando a segunda. Esse é o “plano ideal” de parte da base governista em Minas. Com Zema ainda no Novo, não haveria dificuldade em deixar o partido de fora da chapa majoritária, concentrando-se apenas na eleição proporcional (deputados estaduais e federais). Caso a direita se divida em duas candidaturas — por exemplo, Simões de um lado e Cleitinho de outro — há o risco de uma delas ficar fora do segundo turno. Isso porque é pouco provável que qualquer nome de centro-esquerda lançado em 2026 tenha menos de 30% dos votos. Por esse motivo, muitos líderes da direita mineira defendem uma aliança ampla, capaz de vencer já no primeiro turno.
A CHAPA DE MATEUS SIMÕES V
Apesar de toda a articulação, Simões ainda patina nas pesquisas. Sua tendência é crescer como candidato apoiado por Zema e pelo Centrão, mas seu teto eleitoral permanece indefinido. Neste momento, era esperado que estivesse melhor posicionado. Um dos fatores que podem estar limitando sua ascensão é justamente a presença de Cleitinho e Nikolas nos cenários testados, já que os três disputam o mesmo eleitorado. O desafio dos estrategistas do Governo de Minas é montar uma chapa que contemple as diversas correntes da direita e do centro-direita. Mas a negociação começa com duas vagas já definidas: a cabeça de chapa com Simões e uma das vagas ao Senado com Marcelo Aro, restando poucos espaços diante de muitos pretendentes.
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