
PESQUISA SENADO
A pesquisa contratada pela Rádio Itatiaia ao Instituto Ver, realizada nos dias 5 e 6 de outubro de 2025 com 1.021 entrevistados em Minas Gerais, também avaliou um cenário para as eleições ao Senado Federal. Em 2026, duas vagas estarão em disputa. Os eleitores decidirão quem substituirá Rodrigo Pacheco (PSD) e Carlos Viana (Podemos) ou se os dois serão reconduzidos, caso sejam candidatos.
PESQUISA SENADO II
No cenário estimulado, Carlos Viana lidera com 36% das intenções de voto, seguido por Marília Campos (PT), prefeita de Contagem, com 29%. Depois aparecem Alexandre Silveira (PSD), ministro de Minas e Energia, com 19%; Reginaldo Lopes (PT), deputado federal, com 13%; Marcelo Aro (PP), secretário de Estado, com 11%; Cristiano Caporezzo (PL), deputado estadual, com 7%; e Euclydes Pettersen (Republicanos), deputado federal, com 4%. Segundo a Itatiaia, foram considerados apenas votos válidos.
PESQUISA SENADO III
A soma, no entanto, chega a 119%. Como cada eleitor pode votar duas vezes, o total de votos válidos deveria se aproximar de 200%. Isso revela uma inconsistência, seja na formulação, seja na divulgação da pesquisa. O ideal seria trabalhar com dois cenários distintos: um para o primeiro voto e outro para o segundo, garantindo maior fidelidade ao resultado.
PESQUISA SENADO IV
Parece óbvio, mas é sempre importante lembrar que, quando duas vagas para o Senado estão em disputa, o eleitor vota duas vezes. Tem gente que pensa que é apenas um voto e os dois mais votados são eleitos – eu até gostaria que fosse assim para termos um Senado mais equilibrado, mas, infelizmente, não é. Em um Brasil polarizado, portanto, é pouco provável que sejam eleitos dois candidatos a senador de espectros opostos, como um do PL e outro do PT. A tendência é que o eleitor escolha nomes de perfis semelhantes, geralmente alinhados aos seus candidatos a governador e/ou presidente.
PESQUISA SENADO V
Em 2018, quando Minas elegeu dois senadores simultaneamente pela última vez, Jair Bolsonaro (PSL) foi o mais votado para presidente no estado e Romeu Zema (Novo) liderou para governador no primeiro turno, que é quando acontecem as eleições de senador. No Senado, Carlos Viana e Rodrigo Pacheco venceram com votações muito próximas (20,49% e 20,22%). Em comum, todos os eleitos representavam a direita, dentro de um mesmo espectro político e ideológico.
PESQUISA SENADO VI
Naquela disputa, a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), recém-impichada, ficou em quarto lugar com 15,35%, atrás de Dinis Pinheiro (Solidariedade), outro candidato de direita, que obteve 18,42%. Ou seja, o eleitor mineiro majoritariamente optou pela direita — ou votou contra o PT, o que não é exatamente a mesma coisa, mas isso é assunto para outra coluna. O cenário nacional adverso para o partido e a forte rejeição ao então governador Fernando Pimentel, que sequer chegou ao segundo turno, foram decisivos.
PESQUISA SENADO VII
Por isso, pesquisas para o Senado neste momento precisam de metodologia muito clara. É preciso considerar que o voto é duplo e separado. Se o PL tiver dois candidatos, por exemplo, dificilmente o eleitor de extrema-direita não votará nos dois; Se escolher apenas um, o outro nome necessariamente deve ser alinhado ideologicamente. O mesmo vale para a esquerda. Em 2018, a soma dos demais candidatos do campo progressista (foram muitos) ficou próxima dos 15% de Dilma Rousseff. Assim, enquanto os levantamentos da Itatiaia para governador e presidente trazem um bom raio-x embrionário do processo, a pesquisa para o Senado acrescenta pouco, até porque entre os nomes testados há quem claramente sequer será candidato em 2026.
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