
VITÓRIA DO GOVERNO
A grande notícia da política nesta semana foi a aprovação, por unanimidade, na Câmara dos Deputados, da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais, além de descontos para salários de até 7.350 reais. Outra conquista relevante no mesmo pacote foi a taxação dos dividendos dos super-ricos, que passarão a contribuir com até 10% do que recebem. Ou seja: centenas de milhares de brasileiros pagarão um valor ainda longe do que seria justo para que dezenas de milhões fiquem isentos do Imposto de Renda. A medida começa a valer em janeiro de 2026.
VITÓRIA DO GOVERNO II
A oposição formada pelo consórcio extrema-direita bolsonarista + Centrão tentou dificultar ao máximo a votação do projeto. Parte não queria ver o presidente Lula (PT) cumprindo uma promessa de campanha; outra parte não aceitava que a compensação recaísse sobre os super-ricos — grupo ao qual pertencem ou que representam no Congresso Nacional. No entanto, a demora em discutir a proposta, que tramitava desde o ano passado, acabou dando ao governo tempo para convencer a população não só da necessidade de isentar quem ganha menos, mas também da urgência em tributar quem ganha mais. Independentemente do resultado final, o governo Lula já havia colhido uma vitória política nesse debate — vitória que poderia ser ainda maior caso PL + Centrão rejeitassem a proposta ou a aprovassem livrando os super-ricos da contribuição.
VITÓRIA DO GOVERNO III
Outro fator que pesou foi a pressão popular. A voz das ruas, que se manifestou fortemente contra a PEC da Blindagem — articulada e aprovada pela oposição e depois enterrada no Senado — mostrou que, a um ano da eleição, não dá para os deputados (nem de direita, nem da esquerda que apoiou a PEC) seguirem contrariando a vontade popular. A próxima pauta polêmica deve ser a da anistia. A bancada bolsonarista insiste em uma anistia total a Bolsonaro e aos golpistas de 8 de janeiro. Mas todas as pesquisas recentes apontam que esse tipo de medida é rejeitado pela maioria da população.
VITÓRIA DO GOVERNO IV
Insistir na anistia fortalece a base ideológica dos deputados e senadores bolsonaristas, mas desgasta a imagem pública do Congresso. Por isso, no máximo, deve avançar alguma alteração na dosimetria das penas — e ainda assim não de forma imediata. Os movimentos da oposição — por anistia, blindagem, privilégios aos super-ricos, alinhamento a sanções econômicas dos EUA e apoio a ataques de Donald Trump contra autoridades brasileiras — já causaram estragos à direita: a popularidade de Lula cresceu, sua liderança nas pesquisas para 2026 se consolidou e boa parte da população passou a aderir às pautas defendidas pelo governo. Entre elas, destacam-se a isenção do IR, o fim da escala 6×1 e os vetos presidenciais contra o aumento no número de deputados, entre outras.
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