Objetivo da ação é combater a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas comandado pela organização criminosa Família Teófilo Otoni (FTO), afiliada ao Comando Vermelho (CV)

TEÓFILO OTONI – A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), desflagraram, nessa quarta-feira (24/9), a Operação Custos Fidelis. O objetivo da ação, que também contou com o apoio da Polícia Civil e o Gaeco do Amazonas, é combater a lavagem de dinheiro oriunda do tráfico de drogas comandado pela organização criminosa Família Teófilo Otoni (FTO), afiliada ao Comando Vermelho (CV).
A operação resultou em 83 ordens de bloqueios, no valor de R$ 223,5 milhões em contas bancárias e criptoativos, totalizando mais de R$ 18 bilhões; 48 mandados de prisão e 84 mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, Amazonas, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Oito veículos foram apreendidos e um imóvel de alto padrão na praia do Patacho, em Alagoas, avaliado em R$ 3,9 milhões, foi tornado indisponível.
Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Teófilo Otoni.
Estrutura empresarial do crime
As investigações revelaram que a FTO opera com núcleos estruturados de logística, finanças e ataques armados. Entre as táticas utilizadas, destaca-se o uso de fuzis e uniformes policiais em execuções de rivais, aumentando a letalidade dos ataques e gerando intimidação à população.
Ainda segundo as investigações, em menos de um mês, a organização adquiriu R$ 8,4 milhões em drogas com fornecedores do CV que operam diretamente do Amazonas. A lavagem de dinheiro era sustentada por empresas de fachada nos setores de gás liquefeito, internet, câmbio e, principalmente, comércio atacadista de pescados.
As investigações apontam que cada uma dessas empresas movimentava valores da ordem de R$ 25 milhões por ano, recebendo depósitos pulverizados de todo o país, inclusive de Teófilo Otoni e Belo Horizonte, zonas de atuação da FTO.
Relatórios de inteligência financeira identificaram depósitos fragmentados que somaram R$ 2,3 milhões em uma única semana, prática conhecida como smurfing, usada para dificultar a detecção de movimentações suspeitas.





