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História abandonada

Uma das coisas que mais me incomodam atualmente em Montes Claros é o estado de conservação dos imóveis antigos da cidade. Salvo raros casarões recuperados nos arredores da Praça da Matriz — iniciativas que merecem ser louvadas —, o quadro geral é lamentável. Quase tudo o que ainda não foi literalmente demolido acabou descaracterizado por reformas esdrúxulas ou pela instalação de fachadas comerciais que apagaram por completo a arquitetura original. Um exemplo simbólico são os antigos cinemas de rua: nenhum deles preserva qualquer traço de sua concepção inicial. A história da cidade vai sendo jogada ao chão, transformada em ponto comercial ou estacionamento, sem que autoridades e sociedade civil se mobilizem seriamente para impedir.

História abandonada II
A Prefeitura precisa realizar, de forma minuciosa — com apoio de acadêmicos dos cursos de História da Unimontes e de Arquitetura da UniFIPMoc —, um levantamento dos imóveis, principalmente no centro, cujas fachadas ainda podem ser preservadas em suas características originais. É urgente interromper esse processo ultraveloz de destruição em curso. Será necessário avaliar desapropriações para garantir a preservação e buscar recursos disponíveis junto a institutos de patrimônio como o IEPHA e o IPHAN. Também é fundamental aplicar os valores do ICMS Patrimônio Cultural, repassados de acordo com o número de imóveis tombados em cada município.

História abandonada III
Vale lembrar que, há alguns anos, já se discutiu a padronização das fachadas do centro, a fim de que placas comerciais desproporcionais não escondessem obras centenárias ou quase centenárias que são parte essencial da nossa memória. Não sei por que a ideia não avançou. Esse debate deve incluir até mesmo a definição de cores das fachadas, para não fugir da concepção original. Importa frisar que esse problema não surgiu agora: historicamente, a Prefeitura nunca tratou a questão com a devida prioridade, salvo raras exceções. Uma cidade que deseja avançar rumo ao futuro não pode desprezar seu passado. Ao cuidar melhor do patrimônio, Montes Claros seria uma cidade mais bonita e agradável, especialmente no centro, hoje tomado por poluição visual, sonora e ambiental.

Martelo batido
O PL definiu o deputado federal Domingos Sávio, presidente estadual da legenda, como seu único candidato ao Senado por Minas Gerais nas eleições de 2026. Ele disputava a indicação com pelo menos outros cinco nomes: o deputado estadual Caporezzo; o deputado federal Eros Biondini; o pastor Edésio de Oliveira (pai do deputado Nikolas Ferreira); o vereador belo-horizontino Ville de Almeida; e o jornalista Marco Antônio Superman. A escolha de Domingos Sávio teria partido do próprio Jair Bolsonaro, líder nacional do PL. Embora o partido possa, legalmente, lançar um segundo candidato — já que serão duas vagas em disputa —, a tendência é deixar essa indicação para um aliado.

Festival
Confirmando o resgate do turismo promovido pela atual gestão da Prefeitura de Pirapora, a cidade ribeirinha será palco, neste sábado (23), da 3ª edição do Festival Sabiá. O evento acontecerá no Vapor Benjamin Guimarães, recentemente recuperado pelo Município com recursos federais via Eletrobras. A principal atração será o show de Paulinho Pedra Azul. O Festival Sabiá é fruto de parceria entre Prefeitura, governos estadual e federal, além da Cemig. A expectativa é de visitantes de várias cidades do Norte de Minas, movimentando novamente o comércio local.

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Pecê Almeida Júnior é jornalista e publicitário.

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