Aparentemente distante das articulações para as eleições majoritárias de 2026 em Minas Gerais, o senador Carlos Viana (Podemos) ganhou uma oportunidade de ouro para tentar se reposicionar. Ele assumirá a presidência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) instalada no Congresso Nacional para investigar as fraudes bilionárias ocorridas no INSS entre 2019 e 2024.
Viana disputou a presidência da Comissão pela oposição e venceu, derrotando ao mesmo tempo o governo Lula e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), que apoiavam o nome do senador Omar Aziz (PSD-AM). Ele deverá conduzir os trabalhos da CPMI sob um viés bolsonarista para tentar recuperar o prestígio perdido junto a esse eleitorado, pavimentando assim sua campanha de reeleição ao Senado no próximo ano.
Fora do radar II
Além de buscar se projetar novamente junto ao eleitorado de direita e extrema-direita – e a CPMI pode ser um excelente palco para isso –, Viana precisará convencer seu próprio partido, o Podemos, a lançá-lo como candidato ao Senado, a não ser que opte por migrar para outra legenda quando a janela partidária abrir.
Hoje, uma candidatura de Carlos Viana pelo Podemos é bastante improvável. Explico: mesmo estando formalmente filiado ao PP, quem comanda o Podemos em Minas Gerais é o atual secretário de Estado de Governo, Marcelo Aro, também pré-candidato ao Senado. Aro será o nome da Federação União Brasil–PP e, entre os partidos que buscará atrair para sua base de apoio, certamente estará o Podemos. Aliás, uma das duas vagas ao Senado na chapa do vice-governador Mateus Simões (Novo) será, sem dúvidas, de Marcelo Aro. Se há algo já definido para as eleições de 2026, é isso.
Pesquisa
Apesar de perder a disputa pela presidência da CPMI do INSS para o consórcio formado pelo Centrão e pelo bolsonarismo no Congresso Nacional, o presidente Lula tem motivos para comemorar nesta quarta-feira. Pesquisa do instituto Quaest, divulgada hoje, mostrou que, pelo segundo mês consecutivo, a aprovação de seu governo cresceu, enquanto a desaprovação caiu.
Agora, 46% dos entrevistados aprovam o governo, contra 51% que desaprovam – números praticamente empatados dentro da margem de erro. Outro dado comemorado pelo Planalto foi a percepção dos brasileiros sobre o tarifaço imposto por Donald Trump ao país: 71% acreditam que o ex-presidente norte-americano está errado ao fixar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros sob o argumento de que haveria perseguição contra Jair Bolsonaro (PL).
Pesquisa II
O levantamento da Quaest também revela que a maioria dos brasileiros responsabiliza Jair Bolsonaro e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), pelo tarifaço de Trump. Para 69% dos entrevistados, Eduardo age em defesa apenas dos interesses pessoais da família, e não do país. Já 55% consideram que tanto Eduardo quanto Jair estão agindo mal diante das sanções impostas pelos EUA ao Brasil, enquanto 46% atribuem postura equivocada a Lula.
Como já comentei anteriormente, a percepção é que as articulações da família Bolsonaro junto ao governo Trump, visando taxações à economia do país e sanções contra autoridades brasileiras, acabaram sendo politicamente benéficas a Lula – que estava praticamente fora do jogo e foi recolocado pelos próprios adversários como candidato competitivo para 2026. Por outro lado, o movimento tem sido prejudicial ao clã Bolsonaro, que vê sua rejeição aumentar junto ao eleitorado.
Lançamento
Nesta quinta-feira (21), o Museu Regional do Norte de Minas, em Montes Claros, recebe um lançamento duplo de livros: Poemas que o mar deitou na areia, de Karla Celene, e Primeira página de jornal nenhum, de Georgino Neto. O evento começa às 18 horas e contará também com sarau musical e declamações de poesias. Gino e Karla são dois dos mais talentosos escritores de Montes Claros e merecem todo o reconhecimento da classe cultural nesse momento especial.
Portal Grande Norte
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Pecê Almeida Júnior é jornalista e publicitário.





