Neste sábado (16), em duas sessões gratuitas no Montes Claros Shopping Center — com ingressos que devem ser adquiridos antecipadamente pelo aplicativo Sympla — estreia O Corpo Quer Ir Embora, filme que relembra o Grupo Raízes, clássica banda montes-clarense que conquistou o Brasil nos anos 1970 e 1980. A direção é do meu querido amigo Rodrigo Piteco, cineasta montes-clarense radicado em Belo Horizonte há bons anos, onde trabalhou e segue trabalhando com expoentes do audiovisual mineiro e nacional. É um momento excelente para o nosso cinema, com muitas produções reavivando tradições e mostrando, de fato, qual é a cara de Montes Claros. E, claro, a estreia vem coroar a programação alternativa das Festas de Agosto.
Daqui por diante
Quem for ao Montes Claros Shopping assistir a O Corpo Quer Ir Embora e se emocionar com a história do Raízes terá a oportunidade de conferir outra homenagem imperdível. O maior comunicador da história da nossa cidade, Elias Siufi, está sendo lembrado na exposição Daqui por Diante, com curadoria de seu filho Caíco, Viviane Marques e Felicidade Tupinambá. A mostra, em cartaz até 19 de agosto, com entrada gratuita também no Shopping, reúne 100 artistas que transformaram rádios retrô em obras de arte.
Elias foi a mente por trás do enorme sucesso da rádio ZYD-7, a Sociedade, além de fundador e mantenedor da TV Montes Claros, atual InterTV. Tive a honra de ser seu amigo, funcionário (quando fui responsável pelo departamento de jornalismo da Rádio Itatiaia 100,3) e colega de secretariado municipal na Prefeitura de Montes Claros.
Alternativa
Na primeira nota, falei sobre a programação alternativa das Festas de Agosto e, aqui, preciso destacar instituições e empresas que, com recursos próprios, desenvolvem a programação extraoficial do Festival Folclórico, fortalecendo aquela que deveria ser encarada por qualquer autoridade, de qualquer viés político, como a mais importante manifestação cultural de Montes Claros — a léguas de distância de qualquer outra.
Com o perdão de algum eventual esquecimento, destaco: a Unimontes, por meio do Museu Regional e da Pró-Reitoria de Extensão; o Solar dos Sertões (Cooperativa Grande Sertão e Centro de Agricultura Alternativa); o consórcio Dona Eva/Cervejaria Empírica; Sanchos/Casa de Augusta/Cervejaria Mut; o bar Há Gosto; produtoras culturais que estão mudando a cena artística de Montes Claros, como Fulô Cultural e Farol Cultural; entre tantas outras que a memória me trai agora (mandem, por favor, os nomes que incluo na próxima coluna).
A classe cultural e os empreendedores do Centro Histórico abraçaram as Festas de Agosto e o Festival Folclórico, criando programações paralelas no mesmo nível da programação oficial da Prefeitura — que, embora tenha contratado bons e talentosos artistas regionais, ainda precisa dar um caráter nacional ao nosso maior evento.
Associação
E, claro, um agradecimento muito especial à Associação dos Catopês, Marujos e Caboclinhos, que, com resistência e recursos insuficientes, sustenta com muita raça os cortejos que forjam a nossa identidade há quase 190 anos. São guerreiros. As lideranças desses grupos são pessoas simples, da periferia, sem sobrenomes pomposos, que merecem muito mais reconhecimento por realizarem um trabalho tão valioso de preservação da memória cultural de Montes Claros. Temos que agradecer muito, pois, mesmo diante de tantas dificuldades, eles não desistiram — e prosseguem.
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Pecê Almeida Júnior é jornalista e publicitário.





